Temos Barbies Novas
Esta semana não se falou de outra coisa: toda a gente andava para lá de encantada por (finalmente) terem sido criadas Barbies com diferentes tipos de corpo. Agora há para todos os gostos: loiras, ruivas e morenas, altas, baixas, esguias e curvilíneas, diferentes tons de pele e até uma de raça negra. Atrevo-me a dizer que só fica aqui a faltar uma esquimó...
Dito isto, cá vai a minha opinião: era desnecessário. A sério, era mesmo. Porquê? Ora, eu sei que sempre houve esta grande polémica em torno do corpo da Barbie, por ser tão alta, tão magra, tão loira de olhos azuis, tão tudo. E tudo isso seria, como é lógico, prejudicial para as crianças que crescem com aquele ideal de beleza. Agora vejamos outra coisa: a Barbie foi feita com um corpo adulto, não de criança. Lembro-me que quando tinha idade para brincar com Barbies a minha principal preocupação não era ter aquela cintura, nem aquelas pernas... o que eu queria mesmo era que deixassem de fazer Barbies loiras e as fizessem morenas e de olhos castanhos como eu. Era nisso que eu me comparava à Barbie. E as bonecas morenas e ruivas já apareceram há muito tempo, a sério! Eu fartei-me de brincar com elas e não foi por isso que tive problemas de auto-estima. Entretanto cresci e comecei a ter esses problemas. Mas, surpresa das surpresas, a Barbie não teve nada a ver com isso. A questão era a persitência com que nos vendiam por todo o lado, televisão, revistas, publicidade, o ideal de beleza feminino. Foi isso que me causou, e continua a causar a tanta gente, muitos problemas, e isso ainda está a anos-luz de ser resolvido.
Por isso, minha gente, peço desculpa por ser sempre do contra, mas não consigo deixar de ver estas novas Barbies como um golpe de génio de marketing. É de aplaudir, sem dúvida, mas não nos iludamos a achar que vai mudar alguma coisa. Não vai. É só para nos taparem os olhos durante mais algum tempo enquanto continuam a pôr modelos anorécticas nos catálogos de moda.